Idosa de 73 anos sofre de infarto e acaba encamada
O perigo do infarto e derrame na idade avançada

Dia 27 de dezembro de 2018, Maria Luiza Albino Casagrande, de 73 anos, foi hospitalizada após sentir fortes dores no peito. Ao chegar no hospital, foi internada e um dia depois foi levada pelos médicos para a realização de um cateterismo devido ao princípio de infarto. Porém, durante o procedimento, Maria sofreu um derrame cerebral que afetou a todos em sua volta.
Com as festas de final de ano, a família Casagrande não imaginava o que estava esperando por eles. Todos estavam animados e tinham muitos planos para aquelas férias, principalmente Maria Luiza que naquele natal comprou presentes para todos os seus netos, um ato que ela nunca tinha sido capaz de fazer por conta da baixa renda que vinha apenas da lojinha de artesanatos que construiu em baixo de sua casa.
Naquela semana, apenas dois dias após a família aproveitar o natal, enquanto os outros os membros pensavam e se preparavam para a viagem que tinham marcado, Maria Luiza começou a sentir mal-estares, mas decidiu não contar a ninguém. Então naquela noite, as dores no peito despertaram a preocupação na senhora, que rapidamente ligou para a sua filha mais velha, Débora Montiel, que morava a uma quadra de distância.
Quando contou o que sentia, Débora foi até a casa da mãe para levá-la ao pronto-socorro e apenas parou para avisar aos irmãos o acontecido. Assim que chegou ao Hospital Sancta Maggiore, localizado em Santana, Maria Luiza foi internada para observação, ficando com a filha mais velha como acompanhante.
No outro dia, foi feita uma troca entre os filhos para que Débora pudesse descansar, então a senhora ficou aos cuidados dos médicos e da sua segunda filha. Foi quando a situação se demonstrou mais delicada do que aparentada. Maria Luiza foi obrigada a ser transferida para a unidade de Itaim para que uma cirurgia fosse feita.
“Fomos de ambulância e quando a deixei lembro bem de seu olhar assustado dizendo que iria morrer” disse Valéria Casagrande, a filha que acompanhava a idosa. A filha teve que deixar a mãe logo após a chegada ao hospital, onde Maria Luiza iria fazer a operação.
Dia 28 de dezembro, Maria Luiza realizou o cateterismo, um procedimento que consiste na introdução de um catéter, que é um tubo flexível extremamente fino, na artéria do braço, ou da perna, até o coração. Mas durante a realização, uma de suas veias se entupiu e cortou a circulação do sangue, não mandando a oxigenação para o cérebro como era necessário. O acontecido gerou um derrame cerebral e Maria Luiza entrou em coma e precisou ser entubada por causa de sua respiração, sem uma previsão de se iria acordar ou não.
Foi um momento muito difícil para a família. O filho mais novo, César Casagrande, morava a 114 quilômetros de onde sua mãe estava, mas logo providenciou uma viagem de Caçapava até São Paulo para estar com a mulher que sempre o apoiou. Assim passou os dias, com os filhos preocupados, os médicos aflitos e Maria Luiza desacordada tomando medicação para evitar dores e desconfortos.
Os médicos já desacreditavam que a senhora poderia acordar, ela havia perdido 51% da capacidade do cérebro, e queriam aumentar a dose do sedativo (morfina) que davam para ajudar na entubação para que Maria Luiza morresse sem desconforto e queriam alegar que a senhora sofreu uma morte cerebral. Entretanto, os filhos perceberam o objetivo do hospital e logo começaram uma briga pela vida de sua mãe.
Depois de muitos conflitos, desentendimentos, choros e rezas, passou o tempo em que Maria Luiza poderia ficar entubada. Os médicos tinham duas escolhas, eles podiam fazer a traqueostomia, onde ocorre a abertura da parede anterior da traqueia para a possibilidade de haver uma respiração, ou eles podiam retirar Maria Luiza da intubação para ver como ela respondia e se podia respirar sem ajuda de aparelhos. Sem esperanças, os médicos decidiram observar como a senhora respondia e assim que fizeram a extubação, Maria Luiza acordou.
“Os médicos diziam que ela não acordaria...ela acordou no momento que foi extubada...diziam que não enxergaria....logo abriu os olhos e ficou observando tudo ao seu redor....que não nos reconheceria....identificou todos da família...que não falaria....assim que foi se recuperando a sua voz foi voltando e os médicos afirmaram que era realmente um milagre.” Valéria discorreu sobre aqueles dias.
Todos no hospital foram marcados por aquele dia e apesar da senhora de 73 anos ter perdido a maior parte de seu cérebro e não ter mais a sensibilidade do lado esquerdo de seu corpo, muitos passaram a acreditar em milagres, pois Maria Luiza saiu daquele hospital em uma situação que era mais do que todos esperavam. Ela saiu viva, ela saiu vendo, falando, reconhecendo e amando. Principalmente, saiu de lá com o apoio de sua família, sendo cuidada e amada todos os dias após aquele.
